segunda-feira, 12 de maio de 2014

O QUE É MISTURA?

Mistura é a grande feira gastronômica do Peru, considerada uma das mais importantes das Américas. É a festa de celebração da culinária peruana, em sua diversidade de sabores, ingredientes e tradições. Reúne de chefes famosos a pequenos agricultores e atrai milhares de pessoas – em 2013 foram cerca de 350 mil visitantes.



O festival gastronômico ocorre na primeira quinzena de setembro. Ano passado, em sua sexta edição, a feira foi realizada em frente ao mar, no bairro Magdalena del Mar. São centenas de barracas com comidas típicas, representando as várias regiões do Peru. Há ainda palestras de chefes renomados, que mostram técnicas e tendências da gastronomia. Em 2013, participaram da Mistura os chefs brasileiros Alex Atala e Thiago Castaño (Belém do Pará), o chef francês Alain Ducasse, o chocolateiro belga Dominique Persoone (de Bruges) e muitos outros.

A feira é dividida por especialidades, chamadas “mundos”. Os mundos foram dedicados aos pães, chocolate, quinoa, café, ceviche, sanduíches, bebidas, brasas (churrasco), anticuchos (espetinhos), à culinária oriental, à cozinha de Lima e das regiões norte, sul, da Amazônia e dos Andes peruanos, além do Gran Mercado.

Mundo dos Pães

Visitando a Mistura- Fui à Mistura em 2012 e 2013. A feira é grande, não dá para ver nem provar tudo em um só dia. Ano passado, fui pela manhã porque o movimento é menor. A feira abria às 11 horas. Chego por volta das 11h30 e os pavilhões já estão cheios e as filas começam a se formar diante dos quiosques. É incrível observar o caráter popular da festa – são jovens, adultos, famílias inteiras, ricos e pobres. O reconhecimento da Mistura como um dos grandes eventos gastronômicos mundiais é motivo de muito orgulho para os peruanos. 

Variados tipos de quinoa produzidos no Peru

Chegando à feira, vou direto ao Gran Mercado, ao qual dedico a maior parte do tempo. O Gran Mercado é um pavilhão com cerca de 500 expositores. É uma espécie de mosaico dos produtos agrícolas e artesanais da costa, serra e selva peruanos. Gosto de conversar com os produtores, degustar novos produtos, apreciar o que trazem de bom para a feira.

Passeando pelos vários estandes do mercado, chama a atenção as frutas da Amazônia, o licor de coca, o café de quinoa - tostado como o café. Tem cheirinho de café, sinta, diz a vendedora.

De maneira alegre e simpática, os expositores convidam o visitante a provar e conhecer seu produto. Experimento chocolates, biscoitos, pães, azeitonas, queijos, frutas e vários sabores de King Kong, doce típico peruano da região de Lambayeque.

As bancas de batata são um atrativo. São centenas de tipos de batatas nativas, de várias cores, formatos, tamanhos e sabores. 

Descascar esta batata não deve ser nada fácil 


Uma agricultora de Huánuco, dona Clementina, oferece-me uns pedacinhos de batata jilguerito, cozida. Muito saborosa. Não resisto e levo um quilo da batata andina, que guardo em uma mochila que levei para as comprinhas. As batatas me acompanham no restante da feira, pesando cada vez mais. 


Produtores de batata de Huánuco, na serra peruana


Mais uma volta em outros pavilhões, já está quase na hora do almoço e as filas estão aumentando diante das barracas de comidas. Vejo o estande de um restaurante oriental conhecido, quase vazio ainda. Escolho uns makis acevichados.

Circulo mais um pouco, vejo o Mundo Sureño Arequipeño, com seus deliciosos rocotos rellenos de Arequipa, o concorrido Mundo das Brasas e seus cordeiros e leitões assados em fogo de chão. São tantas as opções, difícil é escolher. Mas minha opção é pela comida amazônica do Àmaz – filé de pirarucu com caju, cogumelos frescos, acompanhado de arroz com coco (por 13 soles a porção - cerca de 10 reais). De sobremesa, um sorvete de aguaje, em outro quiosque da Amazônia.

No final do passeio, paro estrategicamente no Mundo do Chocolate, para mais uma sobremesa.  Ah, quantas delícias! Em setembro tem mais Mistura.









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